04/01/06: San Pedro de Atacama/CHI - Antofagasta/CHI
Oba! Voltamos pra estrada! É um pecado ir até o Chile e não tirar uma foto na Mão do Deserto, o símbolo dos aventureiros do Atacama. Por isso, vamos a Antofagasta. Marco Polo, pecador, decide ficar e curtir mais San Pedro. Então, vamos eu, Erlon, Marcelo e Karla. João Celso vai a Iquique com as meninas. Pegamos a estrada em direção a Calama. Começamos a subir novamente, e passar um pouco de frio. Calama chega rápido (coisa de uns 100 km), e é uma cidade com boa infra-estrutura. Encontramos um shopping bonito, e estamos com saudade da civilização. É na praça de alimentação do shopping que paramos pra almoçar, num self-service bonitinho. Damos uma volta pelo shopping, matando a saudade das vitrines. Abastecemos e pegamos a estrada pra Antofagasta. Muito, mas muito vento. Coisa de 80 km/h, por aí. Lateral e contra, a favor nunca. Vêem-se pequenos tornados se formando no meio do deserto, mas longe da pista. Até que aparece um maior, de uns 200 m de diâmetro, perto da pista e indo na direção dela. Estou de ponteiro do comboio, e não sei exatamente o procedimento para este tipo de caso. Nunca peguei um tornado na vida. Diminuo a velocidade e espero o tornado cruzar a pista. Assim que ele o faz, acelero e passo ao seu lado. Sem problemas! Pior que os tornados são as tempestades de areia numa só direção. Passam varrendo a pista, enchendo de areia até o botão. Da buzina, do farol, do corta-corrente... A viagem não rende, a média horária é muito baixa. A VStrom está bem, mas minha moto e a do Erlon sofrem pra vencer o forte vento contrário. A cada caminhão que passa por nós, levamos uma porrada no peito. Cansativo! Chegamos à serra que desce para o litoral. São poucos quilômetros, porém perigosos. Antofagasta é uma cidade portuária, com intenso tráfego de caminhões. Caminhões, via de regra, despejam óleo na pista. E lá não chove. Logo, a pista é coberta por uma "papa" de óleo e areia, não exatamente a superfície ideal para se fazer curva de moto. Chegamos à base da serra e encontramos uma cidade feia. Mas vemos o mar, que é lindo! Paramos para abastecer e perguntamos onde fica "a Mão": 70 km ao Sul, na estrada que vai a Santiago (distante 1000 km dali). Pegamos a estrada e o vento não dá trégua, mas desta vez está a favor. A moto anda a 130 km/h só com um pelinho do acelerador.
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