07/01/06: San Pedro de Atacama/CHI - Salta/ARG

 

No Sonchek não tem "desarranjo". Aproveitamos pra sair mais cedo. João Celso e as meninas vão ficar mais uns dias, esperando a Teresa que foi passear na Bolívia por quatro dias.

Combinamos às 7h00 na aduana chilena. Passo no posto de gasolina e está fechado. Em teoria, minha gasolina (de Calama) é suficiente para chegar até Susques, mas depende muito do dia. Se der azar de pegar vento contra, a 4000-5000 metros de altura, o consumo de gasolina vai pro espaço.

Chegamos na aduana e esta está fechada. Só abre às 8h00. Nos achamos uns bestas, mas tem um carro parado lá, de um pessoal que chegou às 2h00 da manhã! Estranho a aduana fechar. Como faz quem precisa ir embora com urgência?

Aproveito que não tem aduana e volto ao posto de gasolina. Às 7h30 ele abriu e enchi o tanque da moto. Um alívio. Pontualmente, o pessoal da aduana chega e nos atende, ao som alto de U2 ao vivo em Londres. Dessa vez, um dos atendentes é grosso. Todos temos nossos dias ruins...

Pegamos a estrada para o Paso de Jama, com calma. Agora já sabemos o que nos aguarda, sabemos que as motos responderam bem, que não passamos mal com a altitude, vai ser tudo tranquilo.

Damos uma última passada ao lado do lindo Licancabur, e vamos subindo, parece que não acaba mais...

Estamos no ponto mais alto, e não tem tanto vento, desta vez.

Chegamos na aduana argentina. Lá vem encheção de saco...

 

Foto-despedida do imponente Licancabur

Eu e a KTM no meio do lago de sal

A paciência é um estado de espírito. Como esperávamos pelo pior na aduana, e não foi assim tão ruim, nem nos estressamos.

Chegamos no salar grande. Desço da moto e vou caminhar nele, ver se é firme. Olho mais à frente e o Marcelo está com a VStrom lá no meio. Cara besta! Entro também com a KTM e poso para a foto, que ele tirou, com uma montanha coberta de gelo ao fundo. Peço pra ele tirar uma foto da moto fazendo curva e derrapando no salar. Não funciona: o sal é muito aderente e a "poeira" que ergue é branca como o piso, ou seja, não aparece nada. Só serviu pra encher a moto de sal...

Seguimos tranquilos, eu vou parando mais que os outros, fazendo filmes, tirando fotos. Desço os "caracoles" com a câmera na mão esquerda, pra filmar as curvas. É um barato! Não tenho como colocar o filminho aqui, deu mais de 10 MB.

Chegamos no fim da estrada. Encontramos um Renault com problemas. Pegamos nossas ferramentas e tiramos o filtro de ar do carro pra que ele tente fazer a travessia. Carros também sofrem na altitude. O Gran Vitara 2.0 do João Celso chegou a andar em 1ª marcha um bom trecho por lá.


Montanhas coloradas


Foto-despedida dos "caracoles"

Idem anterior

Para o Sul, iríamos direto para Salta. Para o Norte, temos Humahuaca. O Marcelo ouviu dizer que é bonito por lá. Subimos. Andamos uns 50 km e chegamos num posto de informações turísticas, onde nos informam que a atração de lá é a estrada em si, as formações rochosas que lá existem. De fato, é bonito, mas tínhamos acabado de cruzar os Andes, lembra? Este passeio, à "Quebrada de Humahuaca", ficou conhecido como a "Furada de Humahuaca"...

Seguimos para o Sul. Na altura de San Salvador de Jujuy, um trevo indica Salta (nosso destino) em duas direções. Um motorista pára, atraído pelas motos, e oferece ajuda. "À esquerda é autopista, à direita é mais bonito", informa o argentino. Escolhemos a direita, óbvio.

E foi uma das estradas mais loucas que já vimos. Tem a largura de meia pista normal, sem acostamento, cheia de curvas, no meio da mata. E tem duas mãos. Lá trafega todo tipo de veículo (por exemplo, cruzamos um Mercedes 1113 e uma picape puxando reboque!). Foi um sufoco pro Marcelo, com a enorme VStrom equipada com os maleiros laterais da Givi. Cada fina que os carros tiravam! Até a Karla quase desceu do salto pra xingar um ou outro carro...

65 km de loucura depois, chegamos a Salta. Bela cidade, turística, mas demos azar na peregrinação por hotéis. Levamos horas até achar um onde coubéssemos todos. O hotel onde ficamos tinha excelente localização mas estava algo decadente. No meu quarto, por exemplo, aproveitei minhas ferramentas pra consertar o lustre e o armarinho do banheiro.

Jantamos perto do hotel mesmo e nos recolhemos cedo.

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