10/01/06: Pres. Roque Saenz Peña/ARG - Foz do Iguaçu/PR

 

A tocada hoje é longa (uns 800 km) e o calor promete. Às 6h00 da manhã, de bermuda e camiseta, já estamos suando. Tomo a décima ducha das últimas 12 horas. Saímos bem cedo pra aproveitar o sol baixo.

O calor é infernal mas já estamos nos acostumando. Meu ritmo não está batendo com o dos demais, vou na frente. Quero ficar menos tempo na moto e mais tempo parado esperando o pessoal nos postos, descansando. Erlon e Marco Polo colocam 140 km/h nas motos por uns 40 minutos e me alcançam, mas logo depois a XT do Erlon tem pane seca e ele pára pra passar a gasolina extra do galão para o tanque. Será que a Yamaha não vai colocar um tanque decente na 660, não? Uma moto tão boa...

Combinamos de parar em Ituzaingo, mas nos desencontramos. Eu entro na cidade, acho um posto BR e aproveito pra almoçar. Espero pelos outros, que não aparecem. Recebo mensagem no celular: estão em Posadas, a uma hora de lá.

Saio de estômago cheio, a 45º C, para me juntar a eles. Horrível pilotar nessa situação.

Nos juntamos novamente e seguimos viagem. Paramos meio desparceirados novamente, cada um tem necessidades distintas em condições tão adversas. Tomamos algumas duchas com roupa de novo neste dia.

Quando entramos no Parque Iguaçu, do lado argentino, estamos eu, Erlon, Marcelo e Karla juntos. Marco Polo está adiantado. Encontramos com ele no posto YPF pegado à aduana. Combinamos de nos encontrar e abastecer lá. Mas a fila está imensa (pois é muito mais barato que no Brasil, a 3 km dali) e eu grito pro Marco Polo "deixa de ser mão-de-vaca e vamos logo pro Brasil"! Os demais motoristas na fila acharam graça. Eu estava feliz de estar voltando pro Brasil.

A aduana argentina não deu tanta canseira. Estávamos felizes. Cansados, mas realizados. Chegamos na aduana brasileira, não tem ninguém por lá, pode entrar, a casa é sua! Que relaxo!

Vamos pro hotel Sol, bem melhor que o Tarobá, tanto as instalações quanto (principalmente) o atendimento. Tomei uma ducha e desci pra piscina, onde encontrei com o resto do pessoal. Incrível a sensação de se ficar numa piscina, refrescante, depois de dois dias pegando cerca de 50º C.

Saímos pra jantar e logo percebemos que voltamos ao Brasil. No restaurante, o garçom não sugere sentar muito perto da calçada, pois "costuma passar pedinte enchendo o saco e uns drogados que jogam pedras". Na volta à pé ao hotel, um homem urina no canteiro central, e dezenas de prostitutas fazem ponto. Na rua do hotel, um cara aparentemente drogado, mais forte do que nós, nos pede/exige dinheiro, nos chamando de "gringos". Ignoramos, e ele desistiu. Que tristeza!

Voltar